Voltar para blog 21 abr 2020
Como está a reagir o mercado imobiliário?

No artigo desta semana, partilhamos as nossas impressões sobre o brilhante inquérito conduzido pela equipa do Out of the Box: “Covid-19: como está a reagir o mercado da Mediação Imobiliária? Acompanhamento da actividade”.

O questionário foi realizado entre os dias 4 e 9 de abril e recolheu dados da mediação imobiliária desde 22 de março.

Como era de esperar, os números refletem uma acentuada quebra na procura de imóveis.

De acordo com o estudo, o mercado perdeu cerca de 90% dos compradores.
Dos clientes que já estavam a ser atendidos, mais de 40% desistiu no início do processo.
80% dos compradores que assinaram contratos de promessa de compra e venda (CPCV) desistiram do negócio. Metade dos que, apesar do clima de instabilidade, avançaram para a compra preferiram adiar a escritura.

Mas nem tudo são más notícias.

A amostra do inquérito permite perceber que, apesar de tudo, foram realizadas quase 900 escrituras no período em análise. Apesar da quebra do número de compradores nas últimas semanas, quase 80% das imobiliárias inquiridas conseguiu, entre janeiro e fevereiro, igualar as vendas do mesmo período no ano passado.
Claro que em março e abril essa tendência não continuou.

Relativamente aos vendedores, os resultados mostram-nos uma tendência bastante animadora: os proprietários não desistiram da venda e mais da metade optaram por manter os preços.

É do conhecimento geral que os consultores imobiliários têm uma ótima capacidade de adaptação a novas realidades. E, neste estudo, esta qualidade é mais uma vez comprovada.

Os agentes dedicaram-se, nas últimas semanas, à prospeção e angariação. Fizeram uso das videochamadas e visitas virtuais para continuar a trabalhar.

Em termos regionais, o Norte registou maior atividade de venda nos primeiros dois meses deste ano. Contudo, a região metropolitana do Porto foi a que perdeu, em março e abril, o maior número de compradores.

Os vendedores do Norte, Alentejo e Algarve são os que mais resistem em baixar os preços. Em Lisboa, os compradores estão a procurar e a aproveitar algumas das boas oportunidades de negócio que aparecem.

Confirmando o que falámos no artigo “Os cenários possíveis para o mercado imobiliário pós Covid-19”, a tendência da baixa nos preços é latente, o que poderá refletir-se em novas oportunidades, sobretudo para o comprador nacional.

O mercado vive uma certa hibernação, resultante da incerteza de quanto mais tempo a pandemia vai durar. O certo é que, mesmo exigindo uma grande adaptação, a atividade imobiliária continuará, pois, os profissionais estão habituados a lidar e a ultrapassar desafios. Que este seja só mais um.

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