“MLS, a última fronteira”, poderia muito bem ser um título de um excelente filme de ficção científica, como o “Star Trek” na sua melhor versão. Foi um pouco assim durante anos que na mediação imobiliária em Portugal se falou, se tem vindo a falar e se fala do MLS. Disse bem fala-se, porque de acção temos muito pouco. Por receio, por protecção de interesses, por falta de profissionalização, ou simplesmente por inércia, em Portugal o MLS não consegue passar da ficção para a acção. Na minha opinião, tem tudo a ver com aquilo que disse atrás, e acima de tudo, por falta de atitude, atitude para mudar, atitude para experimentar, atitude para agir e abraçar o desconhecido, um pouco como a saga do Star Trek, mas ao contrário.
Não há dúvida nenhuma que a partilha é a base de qualquer rede de mediação imobiliária, seja ela uma rede de franchising ou uma rede própria, sabemos ainda que a rede ou networking, é o fulcro de qualquer negócio, por isso, não me parece fazer muito sentido que as empresas ou pessoas estejam ligadas num sistema de rede, quando não tiram partido disso e teimam em continuar de costas voltadas.
Muitos franchisings (até fora da mediação imobiliária) têm networking na sua designação, isto acontece por alguma razão. Quem está numa rede de franchising sabe disso, e sabe como tirar o melhor proveito da sua rede de networking que passa por utilizar ferramentas como MLS’s internos das suas marcas. Possivelmente isto acontece pela dimensão da marca, pela formação e pelo sistema informático que as empresas fornecem, mas muitas delas fornecem algo que só alguns aproveitam, o DNA da marca que nos leva a fazer as coisas da mesma maneira que os seus membros e com um único método, citando o Sefth Godin, que nos leva a pertencer a uma tribo.
No fundo, a constituição de um MLS, não é mais que a constituição de uma tribo, uma tribo local (ou não fosse o mercado imobiliário local), onde um grupo de pessoas segue algo (neste caso uma cidade ou uma zona), com o objectivo de oferecer aos seus habitantes actuais e futuros a melhor informação possível (neste caso, o melhor serviço imobiliário possível). Para isso, juntaram-se em grupos profissionais de mediação imobiliária, que se identificam entre si no serviço, na forma de trabalhar e principalmente, na visão e atitude de partilha, formando assim tribos locais e alavancando os seus negócios.
Não pretendo falar aqui da melhor forma para construir um MLS, para isso existem já vários livros, manuais e até empresas, podem ainda encontrar e com relativa facilidade informação sobre o tema na Net. Pretendo sim, transmitir que para mim o MLS é antes de mais uma forma de estar no mercado imobiliário (actual e futuro),e acima de tudo, uma forma vencedora e proactiva.
Para finalizar, gostava de partilhar convosco um pensamento e um desafio, lembro-me que quando era muito pequenino, gostava imenso da série “Espaço 1999”, achava que neste ano seria tudo muito avançado e diferente, contudo, este ano chegou e muitas coisas já foram realizadas e outras ultrapassadas. Os sistemas de MLS são já uma realidade comprovada da evolução na mediação imobiliária, por isso desafio-os a não esperarem mais pelo futuro, e a realizarem os vossos sonhos hoje, começando desde já por constituírem a vossa tribo.