Há um mito que é preciso ultrapassar quando falamos de millennials e mercado imobiliário.
“Eles não querem ser donos. Preferem alugar e partilhar”.
Em alguns países, esta afirmação é verídica. Mas, em Portugal, o estudo “II observatório do mercado da habitação em Portugal”, realizado pela Century 21, mostra que não é bem assim.
A intenção de comprar casa própria é dominante nos jovens com idade entre os 30 e os 34 anos (64,5%) e nos indivíduos com mais de 25 e menos de 30 anos (54,6%). Apenas na faixa etária “menos de 25” se dá preferência ao arrendamento.
Estes dados refletem a manutenção de uma tendência que é observada há anos: à medida que a idade avança, a opção preferida é a compra de casa própria.
Mas, como é compreensível, e comum a todas as novas gerações, há requisitos e padrões únicos exigidos pelos jovens.
Há duas características que não se podem dissociar dos millennials: estão completamente integrados no mundo tecnológico e altamente conscientes para as questões ambientais.
Eles procuram imóveis verdes”, ou seja, eficientes energética e economicamente. Têm preferência por habitações com certificado energético A e A+, que utilizam somente iluminação de baixo consumo e painéis solares para o aquecimento. 93.4% dos inquiridos, no estudo da Century 21, consideram “muito importante” ou “bastante importante” a eficiência energética dos edifícios. A proximidade aos transportes públicos, que denota a preocupação pela redução da pegada de carbono, é tida como “muito importante” para 33.5% dos jovens.
Ao visitar um imóvel, é normal que façam perguntam para perceber o impacto ambiental que terão ao optar pela compra da casa. Também vão privilegiar uma cozinha equipada com os mais modernos utensílios e equipamentos, cheios de tecnologia e eficiência. As casas de banho com espaços amplos e boas soluções de conforto também ganham mais pontos com estes compradores.
Como é de esperar, a tecnologia é um fator importantíssimo.
Casas com recursos automatizados, excelentes conexões de internet e Wifi em todos os ambientes e muitos, muitos lugares para carregarem seus gadgets vão, imediatamente, para o topo das opções.
Location, location and location.
É tão importante para os jovens como para outra geração qualquer. A proximidade dos centros urbanos e ao local de trabalho são fundamentais.
Os millennials preferem alternativas ao uso do automóvel particular, pelo que, como afirmámos anteriormente, o acesso a uma rede de transportes eficaz e rápida é determinante.
Se quer que um millennial se apaixone por um imóvel, mostre-lhe uma casa “Instagramable”. Ou seja, um espaço moderno com design de qualidade.
Este cuidado vale também para a promoção dos seus imóveis na internet. Seja seletivo com as fotos que publica, de forma a captar a atenção de uma geração habituada a ver conteúdos de qualidade. Disponibilize visitas virtuais e partilhe vídeos dos imóveis. Abuse de imagens captadas por drones para mostrar as áreas envolventes.
Já vimos o que não abdicam. Mas, o que renunciam quando encontram uma casa que se ajusta ao orçamento disponível?
Pegando, novamente, nos resultados do “II observatório do mercado da habitação em Portugal”, conclui-se que os aspetos descartáveis são: extras como: terraço, garagem, despensa (19.2%), número de quartos (12%) e a superfície em m2 (11.7%).
Os clientes do futuro não são tão diferentes dos que está acostumado a lidar. O que procuram, e a forma como o fazem, é que são singulares.
Tenha em mente que, em Portugal, os millennials têm-se deparado com grandes dificuldades em reunir condições para se emancipar e avançar para compra de casa. Por isso, todo o apoio que possa dar neste processo é extremamente valorizado.