Como explicámos no artigo “Do que não abdicam os millennials quando compram casa”, o sonho de se tornar proprietário ainda predomina nas gerações mais jovens.
E o que motiva este desejo? A família.
Quando chega a hora de planear a vida familiar, as opções dos millennials portugueses alinham-se com o comportamento considerado tradicional. No “II observatório do mercado da habitação em Portugal”, realizado pela Century 21, conclui-se que “no futuro, a maioria absoluta dos jovens (54,3%) sonha viver numa moradia. Esta vontade é maioritária transversalmente em todas as faixas etárias, ambos os géneros, e em todas as zonas do País. Esta opção é também quase três pontos mais atrativa para as mulheres. Porém, a tendência é liderada pelos jovens com mais de 30 anos (56,7%).”
À medida que a idade aumenta, também cresce o desejo de viver em zonas periféricas à cidade. Esta preferência é visivelmente apelativa para um terço dos inquiridos, especialmente para os jovens com mais de 30 anos.
Todas estas escolhas denotam a preocupação em criar um ambiente familiar estável e agradável.
Escolher uma casa nunca foi fácil. E para estes novos compradores, o processo de decisão demora mais um pouco. Isto porque têm requisitos específicos para o imóvel certo. Muitos deles estão diretamente relacionados com a qualidade de vida familiar.
A tecnologia impera. Internet de alta velocidade não é mais um bónus. É obrigação.
Não devemos esquecer que as casas estão cada vez mais conectadas. Câmaras de monitorização para acompanhar a sesta do bebé a partir de qualquer divisão, sistemas de controlo à distância de luzes, temperatura e música a partir de um telemóvel… são características procuradas e fundamentais para a tomada de decisão.
Com divisões cada vez menores, embora aproveitadas da melhor forma, o espaço para guardar os utensílios domésticos, as centenas de gadgets, colecionáveis e itens de viagens, é ponto crítico.
Sempre que queira vender uma casa a um millennial, deve ressalvar todos os espaços disponíveis para armazenamento. Quando possível, dê sugestões de soluções para esse fim. Lembre-se, também, dos veículos alternativos de transporte, como trotinetas elétricas, skates e bicicletas que esta geração utiliza frequentemente e precisam, por isso, de espaço extra os guardar.
O último ponto, e não menos importante: os espaços exteriores.
Para os novos compradores, o espaço exterior funciona como complemento do interior, uma vez que os imóveis nos quais podem investir são mais pequenos. Este é um aspeto valorizado, principalmente, pelas famílias com crianças. Os pais querem proporcionar um local seguro no qual os mais pequenos podem correr, andar de bicicleta ou brincar livremente.
Se o imóvel não tiver grandes espaços exteriores, é sempre boa ideia identificar parques e espaços públicos que ficam perto da propriedade.
Vender às famílias jovens é uma grande oportunidade de mostrar os seus conhecimentos que têm sobre a sua zona de atuação e de criar bases para futuras referências, mesmo que nem todos os negócios sejam concluídos. Não se esqueça que está a lidar com uma geração que valoriza o testemunho de terceiros quando se prepara para comprar qualquer coisa: desde um smartphone até uma casa.
Aproveite todas as dicas que demos nos artigos anteriores e torne-se especialista neste segmento de mercado que continuará a crescer nos próximos anos.